sábado, 9 de março de 2013

Trechos.



  Bom dia internautas! Ana aqui pedindo desculpas, bom não pude postar essa semana e esse tempo que estive fora do blog, eu estava resolvendo algumas coisas, mas agora vamos ao Trechos de Sábado. Eu trouxe para vocês um trecho do meu livro favorito "A menina que roubava livros" por Markus Zusak. Eu peguei o trecho que mais me emocionou neste livro, quando Liesel Memminger tem seus 14 anos e é a única sobrevivente do bombardeio às quatro ruas mais pobres de Munique, um dos mais trágicos e é um pouquinho comprido mas espero que gostem e desperte a vontade de lerem este livro que é tão maravilhoso.
O fim do mundo (parte 2)
[...]

Os doze segundos seguintes
da vida de Liesel Meminger
Ela girou os calcanhares e olhou o mais longe
que pôde, naquele canal destroçado que
um dia fora a rua Himmel.
Viu dois homens carregando um cadáver e os seguiu.

  Ao ver o rosto deles, Liesel tossiu. Ouvir novamente um homem dizer aos outros que um dos corpos fora encontrados em pedaços, num dos áceres.
  Havia pijamas assustados e rostos rasgados. Foi o cabelo do menino que ela viu primeiro.

  Rudy?

  Em seguida, fez mais do que apenas mover os lábios para enunciar a palavra.
-Rudy?
  Ele estava deitado com seu cabelos amarelos e os olhos fechados, e a menina que roubava livros correu em sua direção e desabou. Deixou cair o livro preto.
-Rudy, acorde - soluçou. Agarrou-o pela camisa e lhe deu a mais leve sacudidela incrédula. - Acorde, Rudy. - E já então, enquanto o céu continuava a esquentar e a despejar uma chuva de cinzas, Liesel agarrava o peito da camisa de Rudy Steiner. - Rudy, por favor. - E as lágrimas se engalfinhavam com seu rosto. -Rudy, por favor, acorde, que diabo, acorde, eu amo você. Ande, Rudy, vamos, Jesse Owens, não sabe que eu amo você? Acorde, acorde, acorde...
  Mas nada se importou.
  Os destroços apenas subiram mais altos. Montanhas de concreto com tampas de vermelho. E uma linda menina pisoteada pelas lágrimas, sacudindo os mortos.
-Vamos, Jsese Owens...
  Mas o menino não acordou.
  Incrédula, Liesel afundou a cabeça no peito de Rudy. Segurou seu corpo amolecido, tentando impedir que pendesse para trás, até que precisou devolvê-lo ao chão massacrado. E o fez com delicadeza.
  Devagar. Devagar.
-Meu Deus, Rudy...
  Inclinou-se, olhou para seu rosto sem vida, e então beijou a boca de seu melhor amigo, Rudy Steiner, com suavidade e verdade. Ele tinha um gosto poeirento e adocicado. Um gosto de arrependimento à sombra do arvoredo e na penumbra da coleção de ternos de anarquista. Liesel beijou-o demoradamente, suavemente, e quando se afastou, tocou-lhe a boca com os dedos. Suas mãos estavam trêmulas, seus lábios eram carnudos, e ela se inclinou mais uma vez, agora perdendo o controle e fazendo um erro de cálculo. Os dentes dos dois se chocaram no mundo demolido da rua Himmel.
  Liesel não disse adeus. Foi incapaz de fazê-lo, e após mais alguns minutos ao lado do amigo conseguiu levantar-se do chão. Fico impressionada com o que os seres humanos são capazes de fazer, mesmo quando há torrentes a lhes descer pelos rostos e elas avançam cambaleando, tossindo e procurando, e encontrando.
Bem é isso, o livro é muito bom e quem quiser compra-lo, custa R$ 39.99, devo dizer que, vale muito a pena. Espero que tenham gostado do trecho de hoje, beijo e até o próximo post.
By Ana

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